Em linhas gerais, administrar significa planejar, organizar, dirigir e controlar, que consiste na definição da escola do processo administrativo – essa escola define não só o processo administrativo, como também o papel dos gerentes, em termos dessas quatro funções. Essas idéias foram divulgadas primeiramente por Henri Fayol (1841 – 1925), que junto com Frederick Taylor (1856 – 1915) e Max Weber (1864 -1920), fez parte da escola clássica da administração.
HENRI FAYOL (1841 – 1925) E O PROCESSO ADMINISTRATIVO
Fayol passou grande parte de sua vida na corporação mineradora e metalúrgica francesa Comambault, aposentando-se como diretor geral, em 1918. Vale dizer que em 1888 quando foi promovido a essa posição a empresa estava falindo, e foi Fayol que mudou esse quadro, deixando-a bem sucedida pouco antes de se aposentar.
Em seus últimos anos de vida, dedicou-se a divulgar princípios de administração, que tinham como base sua experiência de vida. Fundou o Centro de Estudos Administrativos e também coordenou reuniões, nas quais fizeram parte importantes industriais, funcionários do governo, escritores, filósofos e militares. Convém dizer que em seu último ano de vida comentou que suas idéias e as de Taylor deviam ser vistas como complementares.
Em 1926, o Centro de Estudos Administrativos fundiu-se com a Conferência da Organização Francesa, que tinha como objetivo divulgar as idéias de Taylor. Essa junção deu origem ao Comitê Nacional da Organização Francesa, que tornou-se a associação mais importante dedicada ao estudo da administração.
Em 1916, quando vivenciava seus 75 anos, Henri publicou o livro Administração Geral e Industrial, que dizia:
- A administração é função distinta das demais funções da empresa, como finanças, produção e distribuição;
- A administração compreende cinco funções: planejamento, organização, comando, coordenação e controle.
Segundo Fayol, a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios, governo), que exigem algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle.
MAX WEBER (1864 -1920) E A BUROCRACIA
De acordo com a visão de Weber, burocracia é algo completamente impessoal, que funciona de acordo com as regras, deixando as pessoas em plano secundário ou nem mesmo são consideradas. Weber estudou o alicerce formal-legal em que se baseiam as organizações reais, dando ênfase ao processo de autoridade-obediência (ou processo de dominação) que depende de leis – no caso das organizações modernas. Vale dizer que organização formal e organização burocrática são sinônimos no modelo de Weber.
DOMINAÇÃO SEGUNDO WEBER
Para Weber, a análise da burocracia tem como base os processos interligados de dominação (ou autoridade) e obediência, que consiste na probabilidade de haver obediência dentro de um determinado grupo. Existem três bases de autoridade ou dominação legítima:
- CARISMA: A autoridade é demonstrada pelo líder, ou são os seguidores que acreditam que o líder possui tal autoridade e qualidade que o tornam admirado; a obediência deve-se à “devoção” dos seguidores pelo líder. Ex: liderança política.
- TRADIÇÃO: Segundo usos e costumes, seguidores obedeçam o líder por aparentar ter direito de comando; a obediência está ligada ao respeito dos seguidores às orientações que passam de geração a geração. Ex: autoridade na família.
- ORGANIZAÇÕES E NORMAS: Os seguidores obedecem por haver uma crença no direito de dar ordens que a figura de autoridade tem. Estabelece-se tal direito através de normas limitadas aceitas pelos seguidores. Vale dizer que a figura de autoridade apenas pode agir dentro dos limites de seu cargo. Todas as organizações formais são dependentes desse tipo de autoridade. Ex: todas as organizações burocráticas.
AUTORIDADE LEGAL-RACIONAL
Weber didicou-se, após escrever os três tipos de dominação, a analisar as características da burocracia (da dominação ou autoridade racional), que existem em todas organizações da sociedade moderna e são o germe do Estado moderno. As fórmulas tradicionais e carismáticas nas quais se baseavam as antigas sociedades foram substituídas pela autoridade legal-racional ou autoridade burocrática.
Segundo Weber, as características da burocracias são agrupadas em três categorias:
- FORMALIDADE: As burocracias correspondem a sistemas de normas; a lei define a figura da autoridade, tendo como objetivo a racionalidade da coerência entre meios e fins.
- IMPESSOALIDADE: Nas burocracias, os seguidores obedecem a lei. As figuras da autoridade são obedecidas porque representam a lei.
- PROFISSIONALISMO: Funcionários formam a burocracia. Eles obtêm os meios para sua subsistência através de sua participação. As burocracias operam como sistemas de subsistência para os funcionários.
De acordo com MAXIMIANO (2000), Max Weber após analisar as características da dominação legal-racional concluiu que a administração burocrática é a forma mais racional de exercer a dominação burocrática, e possibilita o exercício de autoridade e a obtenção da obediência com precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiança. A burocracia, por ser capaz de atender ao objetivo da organização social (através da dominação – obediência) do que o carisma ou a tradição, é mais racional. Para Weber, a burocracia é tão racional que “mesmo no caso de revolução ou guerra, continua a funcionar exatamente como o fazia no governo legal anterior” – há várias evidencias históricas que comprovam essa afirmação de Weber.
Na ótica de Weber, a sociedade e as organizações modernas consistem em sistemas de normas impessoais que regem o comportamento das pessoas. Através dessa idéia, vários cientistas se propuseram a explicar as organizações e o comportamento das pessoas, surgindo a escola humanista. Em linhas gerais, esta escola analisa as organizações como sistemas sociais, nos quais o que mais importa é o comportamento humano.
TAYLOR (1856 – 1915) E O MOVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
Frederick Winslow Taylor trabalhou entre 1874 e 1878 para um empresa fabricante de bombas hidráulicas onde começou a notar o que considerava má administração: “corpo mole” dos funcionários e relações de má qualidade entre os trabalhadores e os gerentes. Em 1878, ingressou na Midvale Steel, uma usina siderúrgica, na qual ficou por doze anos, terminando como engenheiro-chefe. Foi nessa empresa que observou os problemas das operações fabris, como por exemplo:
- A administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades com o trabalhador;
- Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador;
- Vários trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades;
- As decisões dos administradores baseavam-se na intuição e no palpite;
- Não havia integração entre os departamentos da empresa;
- Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão.
Taylor passou a buscar soluções para esses e outros problemas que eram e continuam sendo comuns nas empresas. Através de suas observações, ele desenvolveu um sistema de administração de tarefas, que mais tarde ficou conhecido como sistema de Taylor, taylorismo e administração científica. Taylor argumentou que a administração deveria primeiro procurar descobrir quanto tempo levaria para que um homem, dando o melhor de si, completasse uma tarefa, levando a que ele chamou de “estudo sistemático e científico do tempo”: divisão de cada tarefa em seus elementos básicos e, com a colaboração dos trabalhadores, cronometrá-las e registrá-las.
Nas palavras de Taylor (1970):
“A Administração Científica tem, por seus fundamentos a certeza de que os verdadeiros interesses de ambos, empregador e empregado, são um, único e mesmo: de que a prosperidade do empregador não pode existir, por muitos anos, se não for acompanhada da prosperidade do empregado, e vice-versa, e de que é preciso dar ao trabalho o que ele mais deseja – altos salários – e ao empregador também o que ele realmente almeja – baixo custo de produção.”
Após alguns anos, o taylorismo foi muito criticado, sendo visto como uma proposta fria e calculista, que enxergava os seres humanos como meras peças do processo produtivo. Todavia, apesar das críticas, o movimento prevaleceu, ganhando força no mundo todo. Vale destacar as palavras de Lênin sobre o taylorismo: “maiores realizações científicas no campo da análise dos movimentos mecânicos durante o trabalho, da eliminação dos movimentos supérfluos e desajeitados e do planejamento dos métodos corretos de trabalho”. De acordo com Lênin, o sistema de Taylor deveria ser adotado a qualquer custo como forma de aumentar a produtividade do trabalhador. Convém dizer que a idéia do “operário-padrão” é outro desdobramento que surgiu desse entusiasmo pela procura da melhor maneira de realizar tarefas. Vale lembrar que a expansão industrial e a linha de montagem de Henry Ford caminharam juntos com o taylorismo.
O enfoque da escola clássica é, portanto, predominantemente técnico, enfatizando os métodos de trabalho, a organização da empresa, as atribuições do administrador, a eficiência dos recursos materiais. É o enfoque da administração científica, do processo administrativo e de grande parte da teoria das organizações. Em suma, os trabalhadores da escola clássica são vistos como peças de máquinas ou seres estritamente profissionais; seus sentimentos e comportamentos não são levados em conta.
Mariana Lorenzo
Referência Bibliográfica:
– MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral Da Administração – Da Escola Científica à Competitividade na Economia Globalizada. Editora Atlas S.A.. São Paulo. 2000.
– TAYLOR, Frederick Winslow. Princípios de Administração Científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1970.
*Baixe este post em pdf: Escola Clássica da Administração
Muito bem explicadas as teorias. Obrigado, tive essa aula semana passada, mais nao ficou muito claro, agora compreendi.
mt obrigado!!!
muito boa sua explicação, continue assim.
muito bom, gostei, foi bem explicado.
Muito bom…. adorei abri mais a mente!!
Foi muito bom,comesei a entender qual o conceito da teoria da administração
Show goste muito
excelente.
Excelente, conceito de administração;planejar organizar e controlar.
sem planejamento é impossível administrar, organização é racionalizar o trabalho no nível operacional,controle sem controle sem contabilidades não se chega a lugar nenhum.
Excelente, muito boa a explicação.Obrigado.
surpreendente a qualidade do material,resumido e de fácil entendimento.
a informacao esta boa
De facto, há lucidez nas informações, de fácil compreensão a referida teoria.